O menino sonhador
Laisenete
Severiano Brito
De um menino sonhador
Que morava numa fazenda
Com sua avó e seu avô
Uma criança comum,
Sonhava em ser doutor.
Logo de manhã cedinho
Saia pra trabalhar
Com uma enxada na mão
Para a roça capinar,
No meio daquele sol
Sonhava em estudar
Seu trabalho cansativo
Deixava marcas nas mãos,
E ao entardecer
Sofria de exaustão
Assim acabava o dia
Cansada de pés no chão.
Um dia indo ao trabalho
Achou um livro no chão
Cheio de curiosidade
Tomou-o em suas mãos
Foi como achar um tesouro,
Um caminho, a salvação
Ao folhear suas páginas
Uma chamou-lhe atenção
O título ele mal leu
Mas tocou seu coração
“Criança tem que ir a escola,
Chega de exploração!”
Ali ele descobriu
Que devia estudar,
Era um direito seu
Ninguém podia negar.
Trabalhar, só no futuro
Depois de se preparar.
Chegando a sua casa
Contou tudo ao seu avô
Sentiu uma tristeza
Um olhar de pura dor
Depois que as lágrimas caíram
Sua história ele contou:
-Eu era igual a você
Um menino sonhador
Mas vendo a realidade
Meu sonho logo acabou.
Como freqüentar a escola
Sendo eu um lavrador?
Segui minha vida assim
Meu sonho ficou pra traz
Mas não desejo a você
Peço-lhe que corra atrás
De tudo que você almeja
Sei que você é capaz.
Ouvindo essas palavras
O menino se animou
Queria ir logo à escola
Pediu ao seu avô,
Que lhe matriculasse logo
Tinha pressa em ser doutor.
Na escola aprendeu
A ser um cidadão
Viu que sonhos são possíveis
Mas requer dedicação.
E mesmo estando na escola
Pensava na plantação.
Muito grato a seu avô
Por toda a compreensão
Lamento na sua vida
não ter tido condição,
E hoje trabalha duro
Pra manter sua criação.
Na escola fez amigos
E muita coisa aprendeu
Entre uma dessas coisas
O PETECA conheceu
Pensou em outras crianças
Lembrou do que já sofreu.
Decidiu então buscar
Ajuda pra essa gente
Se a criança trabalhasse
Chamava os seus parentes
Lhe falava do PETECA
Tornou-se um dos seus agentes
Os anos ali passaram
Seu estudo terminou
Agora se preparava
Pra se tornar um doutor
E pra longe de sua terra
O menino viajou
Freqüentou a faculdade
Num médico se transformou
E em meio às dificuldades
Seu sonho realizou.
Mas lembrava todo dia
Do seu querido Avô.
E.E.F.
Carmelita Veras de Paula
8º Ano “A”
Professora
Orientadora:
Anelisa
Carvalho Fontenele
Li essa poesia de cordel, ficou ótima!
ResponderExcluirParabéns Laisinete!
Muito lindo. Parabéns Lais.
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