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Em sua conta pessoal na
rede, Weintraub postou a capa de uma edição do gibi que se passa na China, e
usou a fala típica do personagem Cebolinha, que troca o R pelo L, para
ridicularizar a forma com a qual imigrantes asiáticos falam português.
“Geopolíticamente, quem
podeLá saiL foLtalecido, em teLmos Lelativos, dessa cLise mundial? PodeLia seL
o Cebolinha? Quem são os aliados no BLasil do plano infalível do Cebolinha paLa
dominaL o mundo?”, escreveu o ministro.
Além de ofensiva e
preconceituosa, a postagem sugere que a disseminação do coronavírus traria
algum tipo de benefício geopolítico para a China, como parte de um “plano
infalível” para dominar o mundo.
A postagem do Ministro Weintraub
agravou ainda a crise nas relações diplomáticas Brasil e China. Em meados de
março, o deputado Eduardo Bolsonaro iniciou uma crise diplomática com o pais
asiático ao fazer comentários preconceituosos. Eduardo chegou a lançar no
Twitter a #VírusChinês, acusando o país de ser responsável pela pandemia de
Covid-19.
O deputado continua
causando crises diplomáticas com o maior comprador das exportações brasileiras,
apesar de consequências graves já terem começado a aparecer. O primeiro sinal
vem da demora do governo chinês para aprovar frigoríficos brasileiros como
fornecedores do país. Nesta semana, uma carga de 600 respiradores, cuja compra
foi negociada diretamente pelo governo da Bahia com a China, simplesmente foi
cancelada, e parou nos Estados Unidos.
No dia 1º de abril,
Eduardo Bolsonaro voltou a chamar o coronavírus de "vírus chinês"
pelo Twitter, esgotando a proverbial paciência asiática. Da primeira vez, o
embaixador chinês deu uma bronca no Deputado. Agora, o cônsul chinês no Rio de Janeiro
(estado do deputado), Li Yang, publicou um artigo de opinião no jornal O Globo
neste sábado (4/4) perguntando se Eduardo é tão "ingênuo e ignorante
quanto parece":
“Você é realmente tão
ingênuo e ignorante? Como deputado federal da República Federativa do Brasil
que possui alguma experiência em tratar dos assuntos internacionais, você
deveria saber que os vírus que causam pandemia são inimigos comuns do ser
humano, e a comunidade internacional nunca chama os vírus pelo nome de um país
ou região para evitar a estigmatização e a discriminação contra qualquer grupo
étnico específico”, diz trecho da mensagem.
O mundo inteiro depende
da capacidade de produção industrial chinesa para garantir o abastecimento de
respiradores e outros equipamentos e suprimentos essenciais para salvar as
vidas de pessoas acometidas pela Covid-19 em seu estágio mais avançado. Mas tem
quem ache no governo do Brasil que é boa ideia comprar briga com o seu maior
parceiro comercial e desdenhar da cooperação internacional.
Com informações de Revista Fórum e Consultou Jurídico.
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