quarta-feira, 2 de setembro de 2015

PRÊMIO PETECA 2015 - SEMIFINALISTA - CONTO OU POESIA - HIDROLÂNDIA

                                     Proteção


Se sou criança e sou vendedor eu vendo a vida.
Se sou criança e sou agricultor eu cultivo a sorte.
Se sou criança e sou faxineiro eu sujo minha vida.
Se sou criança e sou carvoeiro eu queimo o meu futuro.

Porque estudar é minha profissão.
Até que eu possa ter qualificação.
Para que eu tenha um trabalho.
Constituir família e ser cidadão.

Todo dia no nosso país
Essa cruel realidade
Muda a história de crianças
Tornando-as um mar de infelicidade.

Os pais dão uma ordem
E as crianças têm que aceitar
Vendo seus sonhos interrompidos
Sem poder palpitar.

Eu sou menino eu sou criança.
Está na lei a minha esperança.
Jogar, correr, brincar.
E não preciso apanhar.
Para entender que trabalhar.
Não me dá futuro, não chego a nenhum lugar.

Eu quero é ser feliz.
Igual a crianças de qualquer país.
Que tem o problema embaixo do seu nariz.
Garantir os meus direitos.
A lei me proteja.
Porque eu sou da vida um aprendiz.


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