Nesta sexta-feira (14/set) a jovem Anna Luiza Calixto Amaral deu mais um importante passo na sua brilhante carreira de militante e defensora dos direitos humanos de criança e adolescente. Assumiu o cargo de Conselheira do Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente (CMDCA) de Atibaia-CE, como representante da Secretaria Municipal de Educação. O simples fato de ocupar um cargo tão importante, com apenas 19 anos, por si só, já chama atenção. Mas esse aspecto é apenas um dos muitos fatores que tornam esse acontecimento muito especial para a luta dos direitos da criança e do adolescente. Anna é a prova inconteste de um mundo novo é possível, se assegurarmos a participação sociopolítica a todas as crianças e adolescentes. Este blog tem noticiando, nos últimos anos, a trajetória dessa jovem ativista. Para quem ainda não conhece essa história, registramos, aqui, alguns momentos que marcaram sua caminhada.
A primeira conferência
O primeiro marco imprescindível para construção crítica dessa jovem, enquanto ativista pela infância e adolescência, foi a sua participação inicial em uma Conferência Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente de Atibaia, no ano de 2008. Esta ação cominou num momento de destaque: o Encontro Lúdico Estadual DCA, sediado no ano de 2010 por Bragança Paulista, em que foi eleita delegada estadual e passou a compor as Comissões Organizadoras das Conferências do Estado de São Paulo aliadas ao Conselho Estadual dos Direitos da Criança e do Adolescente. O mote para o evento foi justamente o título desta matéria: "Um mundo novo é possível!". Desde então "levo este pontapé inicial como motivação para a construção coletiva de um Brasil menos dessemelhante e mais justo para nossos meninos e meninas", destaca Anna Luiza.
O primeiro livro
Ainda em 2010, quando tinha apenas 10 anos, Anna Luiza escreveu seu primeiro trabalho literário: O Espelho Mágico, publicado em 2011, com o apoio da Secretaria de Educação de Atibaia. O livro foi na lançado na Escola Municipal de Ensino Fundamental Maria Helena Faria Ferraz, onde Anna estudava, onde o material foi reproduzido e distribuído. "Este passo foi determinante para a compreensão de que a literatura poderia levar minhas palavras a espaços que a minha voz, na época, não alcançava", afirma Anna.
A transição criança/adolescente
Em 2012, após ter percorrer as etapas das Conferências de Direitos da Criança e do Adolescente Anna participou da Conferência Nacional. "Foi uma luta inarredável que travamos por conceber que não havia sentido senão uma lógica adultocêntrica de opressão em proibir a participação pró ativa de crianças em uma ação pensada para elas, não obstante sem elas", relembra.
Por coincidência, a jovem viveu duas fases de sua vida durante Conferência Nacional: "participei como criança e passei para a minha transição como adolescente na própria Conferência, em que comemorei meu aniversário de doze anos", relembra Anna Luiza. Mais simbólico impossível. Foi um momento especial e necessário para sua integração com os demais movimentos de jovens pela infância que aconteciam pelo Brasil. "Deixei de me sentir como um beija flor apagando o incêndio apenas com o que pode carregar no bico", relembra.
A palestrante Em 2013, durante a semana municipal pela prevenção e combate ao abuso e à exploração sexual de crianças e adolescentes, a jovem foi convidada a palestrar sobre o assunto para a rede de proteção local. "Na época sequer vislumbrava a importância que teria e como reverberaria dali a frente". Este momento desencadeou para que ela se desenvolvesse como Palestrante. A partir dessa iniciativa, pôde conhecer muitas realidades distintas e a pluralidade de um Brasil que só vivia seus meus cadernos. "Realizo-me diariamente ao levar minhas palavras comigo por onde vou e sou ainda mais feliz por motivar mais pessoas a fazer o mesmo", destaca.
Palestrar sobre as pautas, agendas e demandas dos direitos humanos em um país que vive tempos tão perversos como o nosso, é não apenas transformador. Para Anna tudo isso representa, também, "um ato político de resistência" que nos leva a celebrar e olhar adiante a participação sócio política de crianças e adolescentes na luta por aquilo em que acreditam e por aquilo que precisamos.
A interação com as crianças
Conforme nos ensina Paulo Freire, "precisamos aproximar nossa teoria da nossa prática até o ponto em que ambas são uma só". Compartilhando desse entendimento, Anna sentiu a necessidade de ter um contato mais vivo e próximo com as crianças e adolescentes que ela tanto defendia ao lado de adultos. A pauta da participação sócio política de crianças e adolescentes trata de representatividade. Por isso, buscou construir uma ferramenta de cidadania itinerante para se aproximar dos seus pares e convocá-los para a luta! "De que adiantaria preparar a rede de proteção para se adaptar e receber o protagonismo infantojuvenil se não estávamos aliados aos meninos e meninas para que eles se apropriassem dos espaços e compreendessem o impacto de suas vozes?", indaga a jovem ativista.
Os Cinco Passos
Assim, através de uma ação pontual em um Projeto Social de uma cidade vizinha à Atibaia, percebeu que o contato com crianças e adolescentes na prevenção e combate às violações de direitos elementares que as impactam era mais do que necessário, mas apaixonante. E, a partir desta perspectiva, escreveu o Projeto Os Cinco Passos. Em 2016, contou com apoio do CMDCA de Atibaia e a Secretaria Municipal de Educação para tirar o projeto do papel. O Projeto "preserva o caráter prático, dinâmico, lúdico, informativo e dialógico no contato com crianças e adolescentes, levando o ECA para as salas de aulas e desmistificando a rede de proteção como imprescindível aliada na nossa luta", avalia a jovem.
Nesses quatro anos, Os Cinco Passos já atendeu a mais de 470 mil crianças e adolescentes em quatorze estados brasileiros, tornando-se parceiro do Peteca/MPT na Escola, passando a encampar o mapeamento e a identificação de violências, transformando o território escolar em muito mais do que um polo conteudista, mas em um campo aberto de aprendizagem, bem como de termômetro para violações sintomáticas que se manifestam neste espaço, consoante avaliação de sua autora: "hoje o Projeto também atua em capacitações para a rede protetiva e para a educacional, construindo institucionalmente as práticas de acolhimento e inovação para a participação destes meninos e meninas", avalia Anna Luiza.
Há exatos 10 anos Anna participava de um encontro lúdico no Conselho Estadual dos Direitos da Criança e do Adolescente de São Paulo - CEDCA/SP (foto acima) que versava exatamente sobre a possibilidade de um mundo novo a partir da participação das crianças e adolescentes na deliberação e no monitoramento das políticas publicas.
A primeira conferência
O primeiro marco imprescindível para construção crítica dessa jovem, enquanto ativista pela infância e adolescência, foi a sua participação inicial em uma Conferência Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente de Atibaia, no ano de 2008. Esta ação cominou num momento de destaque: o Encontro Lúdico Estadual DCA, sediado no ano de 2010 por Bragança Paulista, em que foi eleita delegada estadual e passou a compor as Comissões Organizadoras das Conferências do Estado de São Paulo aliadas ao Conselho Estadual dos Direitos da Criança e do Adolescente. O mote para o evento foi justamente o título desta matéria: "Um mundo novo é possível!". Desde então "levo este pontapé inicial como motivação para a construção coletiva de um Brasil menos dessemelhante e mais justo para nossos meninos e meninas", destaca Anna Luiza.
O primeiro livro
Ainda em 2010, quando tinha apenas 10 anos, Anna Luiza escreveu seu primeiro trabalho literário: O Espelho Mágico, publicado em 2011, com o apoio da Secretaria de Educação de Atibaia. O livro foi na lançado na Escola Municipal de Ensino Fundamental Maria Helena Faria Ferraz, onde Anna estudava, onde o material foi reproduzido e distribuído. "Este passo foi determinante para a compreensão de que a literatura poderia levar minhas palavras a espaços que a minha voz, na época, não alcançava", afirma Anna.
A transição criança/adolescente
Por coincidência, a jovem viveu duas fases de sua vida durante Conferência Nacional: "participei como criança e passei para a minha transição como adolescente na própria Conferência, em que comemorei meu aniversário de doze anos", relembra Anna Luiza. Mais simbólico impossível. Foi um momento especial e necessário para sua integração com os demais movimentos de jovens pela infância que aconteciam pelo Brasil. "Deixei de me sentir como um beija flor apagando o incêndio apenas com o que pode carregar no bico", relembra.
A palestrante Em 2013, durante a semana municipal pela prevenção e combate ao abuso e à exploração sexual de crianças e adolescentes, a jovem foi convidada a palestrar sobre o assunto para a rede de proteção local. "Na época sequer vislumbrava a importância que teria e como reverberaria dali a frente". Este momento desencadeou para que ela se desenvolvesse como Palestrante. A partir dessa iniciativa, pôde conhecer muitas realidades distintas e a pluralidade de um Brasil que só vivia seus meus cadernos. "Realizo-me diariamente ao levar minhas palavras comigo por onde vou e sou ainda mais feliz por motivar mais pessoas a fazer o mesmo", destaca.
Palestrar sobre as pautas, agendas e demandas dos direitos humanos em um país que vive tempos tão perversos como o nosso, é não apenas transformador. Para Anna tudo isso representa, também, "um ato político de resistência" que nos leva a celebrar e olhar adiante a participação sócio política de crianças e adolescentes na luta por aquilo em que acreditam e por aquilo que precisamos.
A interação com as crianças
Conforme nos ensina Paulo Freire, "precisamos aproximar nossa teoria da nossa prática até o ponto em que ambas são uma só". Compartilhando desse entendimento, Anna sentiu a necessidade de ter um contato mais vivo e próximo com as crianças e adolescentes que ela tanto defendia ao lado de adultos. A pauta da participação sócio política de crianças e adolescentes trata de representatividade. Por isso, buscou construir uma ferramenta de cidadania itinerante para se aproximar dos seus pares e convocá-los para a luta! "De que adiantaria preparar a rede de proteção para se adaptar e receber o protagonismo infantojuvenil se não estávamos aliados aos meninos e meninas para que eles se apropriassem dos espaços e compreendessem o impacto de suas vozes?", indaga a jovem ativista.
Os Cinco Passos
Nesses quatro anos, Os Cinco Passos já atendeu a mais de 470 mil crianças e adolescentes em quatorze estados brasileiros, tornando-se parceiro do Peteca/MPT na Escola, passando a encampar o mapeamento e a identificação de violências, transformando o território escolar em muito mais do que um polo conteudista, mas em um campo aberto de aprendizagem, bem como de termômetro para violações sintomáticas que se manifestam neste espaço, consoante avaliação de sua autora: "hoje o Projeto também atua em capacitações para a rede protetiva e para a educacional, construindo institucionalmente as práticas de acolhimento e inovação para a participação destes meninos e meninas", avalia Anna Luiza.
Há exatos 10 anos Anna participava de um encontro lúdico no Conselho Estadual dos Direitos da Criança e do Adolescente de São Paulo - CEDCA/SP (foto acima) que versava exatamente sobre a possibilidade de um mundo novo a partir da participação das crianças e adolescentes na deliberação e no monitoramento das políticas publicas.
Nesses 10 anos de caminhada e militância ela alimentou a esperança de milhares de pessoas, principalmente de criança e adolescentes que lutam por esse mundo novo.
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