sábado, 7 de agosto de 2021

7 DE AGOSTO - 15 ANOS DA LEI MARIA DA PENHA


Neste sábado, 7 de agosto, a Lei Maria da Penha completa 15 anos! A lei cria mecanismos para coibir qualquer tipo de violência doméstica e familiar contra a mulher. Além de qualificar tais situações como crime, a lei amplia a pena do agressor para até três anos de prisão e determina o encaminhamento das mulheres em situação de violência, assim como seus filhos, a programas e serviços de proteção e de assistência social. A proteção da mulher é garantida não apenas em relação ao marido, mas também em relação aos demais pessoas, familiares ou não, independentemente do sexo do agressor.

 

A Lei 11.340/2006 passou a ser chamada de Lei Maria da Penha em reconhecimento ao caso emblemático de Maria da Penha Maia Fernandes, vítima de violência doméstica. Seu marido tentou assassiná-la por duas vezes, em maio e junho de 1983 – o primeiro ataque, com arma de fogo, a deixou paraplégica. O marido de Maria da Penha só foi punido depois de quase 20 anos de julgamento, com vários recursos a cada sentença.


Em 1998, o caso foi levado à Comissão Interamericana de Direitos Humanos. Em 2001, a Corte Interamericana de Direitos Humanos emitiu sentença exigindo a sanção de uma lei nacional que protegesse as mulheres contra a violência de gênero. A condenação foi considerada um marco para que o Brasil tomasse providências para a criação de políticas públicas para coibir a violência contra a mulher.


Passada mais 15 anos da sanção da lei, os dados de violência de gênero e feminicídios no país continuam preocupantes. Em meio ao isolamento social, o Brasil contabilizou 1.350 casos de feminicídio em 2020 - um a cada seis horas e meia, segundo o Fórum Brasileiro de Segurança Pública. O número é 0,7% maior comparado ao total de 2019. Ao mesmo tempo, o registro em delegacias de outros crimes contra as mulheres caiu no período, embora haja sinais de que a violência doméstica, na verdade, pode ter aumentado.


Os casos de homicídio motivado por questões de gênero subiram em 14 das 27 unidades federativas, de acordo com o relatório. Houve crescimento acentuado em Mato Grosso (57%), Roraima (44,6%), Mato Grosso do Sul (41,7%) e Pará (38,95). Em Rondônia, os feminicídios também saltaram de sete ocorrências, em 2019, para 14 no ano passado.

 

Entre os Estados, Mato Grosso é o que tem a maior taxa de feminicídio, com 3,6 casos por 100 mil habitantes. Na situação inversa, o Distrito Federal é o responsável pelo melhor índice (0,4), seguido por Rio Grande do Norte (0,7), São Paulo (0,8), Amazonas (0,8) e Rio (0,9).

 

Três a cada quatro vítimas de feminicídio tinham entre 19 e 44 anos. A maioria (61,8%) era negra. Em geral, o agressor é uma pessoa conhecida: 81,5% dos assassinos eram companheiros ou ex-companheiros, enquanto 8,3% das mulheres foram mortas por outros parentes.

 

Uma em cada quatro mulheres acima de 16 anos afirma ter sofrido algum tipo de violência no último ano no Brasil, durante a pandemia de Covid, segundo pesquisa do Instituto Datafolha encomendada pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP) e divulgada nesta segunda-feira (7). Isso significa que cerca de 17 milhões de mulheres (24,4%) sofreram violência física, psicológica ou sexual no último ano.


Fonte: G1

Um comentário:

  1. Que as pessoas aprendam a importância de não calar diante de atitudes de violência contra a mulher.

    ResponderExcluir