segunda-feira, 18 de maio de 2020

18 DE MAIO: DESAFIOS DA REDE DE PROTEÇÃO PARA PREVENIR A VIOLENCIA SEXUAL CONTRA CRIANÇAS E ADOLESCENTES EM TEMPOS DE PANDEMIA


Neste 18 de maio milhares de profissionais da rede de proteção de o Brasil estão engajados na campanha Faça Bonito, que tem por objetivo prevenir e combater a violência sexual contra crianças e adolescentes. Apesar de todos reconhecerem essa atrocidade como uma grave violação dos direitos humanos de crianças e adolescentes, ainda são assustadores os dados estatísticos da violência sexual no Brasil,  principalmente nas modalidades abuso e exploração sexual, que correspondem, respectivamente,  a 80% e 20% do problema, aproximadamente.
O abuso e a exploração são espécies do gênero violência sexual. O que os  diferencia é o fato de haver, no segundo crime, uma relação de troca, em que vítima, ou um intermediário, recebe do explorador algum pagamento ou promessa de pagamento em dinheiro, presentes, viagens, ou outro bem ou serviço.

Sobre o abuso sexual, o combate é mais difícil porque a maioria dos abusadores conviverem com as vítimas, impedindo-as de denunciarem o crime com ameaças e/ou violências físicas, morais e psicológicas. Nesse período de pandemia, o problema ainda é mais grave, pois os abusadores ficam mais tempo com as crianças. Na maiorias dos casos, são pais, padrastos, avós, irmãos, tios, primos, dentre outros parentes, além de vizinhos e amigos. Embora a maioria sejam meninas, muitos meninos fazem parte dessa estatística das vítimas. No tocante aos abusadores, a grande maioria é do sexo masculino, mas também há muitos registros de mulheres que praticam esse crime.
Quanto à exploração sexual é preciso destacar que, além de ser crime, é também uma das piores formas de trabalho infantil previstas na Convenção 138 da Organização Internacional do Trabalho (OIT) e no Decreto n° 6481/2008. 
Diante das alarmantes estatísticas de violência sexual, e das dificuldades enfrentadas pela rede de proteção para combater esse mal, principalmente nesse período de pandemia, em que as políticas públicas, programas, projetos e ações de promoção dos direitos e de combate às violações desses direitos se encontram limitados, é cada vez mais necessário trabalhar as ações de prevenção, através da conscientização das crianças, adolescentes e suas famílias, para identificar os sinais de violências sexual, pois muitos ainda não conseguem perceber alguns comportamentos e atitudes caracterizadoras do abuso sexual.
Com esse objetivo, o Ministério Público do Trabalho (MPT) vem realizando, através do Programa de Educação contra a Exploração do Trabalho da Criança e do Adolescente (Peteca), constantes ações de  mobilização e capacitação da rede de proteção para prevenir e combater a violência o abuso e a exploração sexual de crianças e adolescentes, em parceria com a Associação para o Desenvolvimento dos Municípios do Estado do Ceará (APDMCE), Estado do Ceará e seus municípios, através das Secretarias de Educação, Assistência Social, Saúde, Conselhos Tutelares e Conselhos dos Direitos da Criança e do Adolescente, além do Fórum Estadual de Prevenção e Erradicação do Trabalho Infantil e dos Comitês de Adolescentes pela Prevenção e Erradicação do Trabalho Infantil, dentre outros órgãos do Sistema de Garantia dos Direitos da Criança e do Adolescente. 


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