Verificar
os equipamentos serviços e políticas públicas de prevenção e erradicação do trabalho infantil. Este foi o objetivo da inspeção
realizada no dia último de 10 de dezembro, no Município de Vitória do Jari-AP.
A diligência foi coordenada pela Procuradora do Trabalho Juliana Beraldo Mafra (PTM de
Macapá) e pela Juíza do Trabalho Núbia Soraya da Silva Guedes (Vara do Trabalho de Monte Dourado/Laranjal do Jari-PA), com o apoio dos servidores do MPT e da Vara do Trabalho. A inspeção faz parte da instrução do processo de execução de Termo de Ajuste de Conduta (TAC) firmado pelo município, em 2007.
Durante a inspeção foram visitados os seguintes equipamentos
e serviços de políticas publicas: Centro de Referência Especializada de Assistência Social (CREAS), Aterro Sanitário, Conselho
Municipal dos Direitos das Crianças e Adolescentes (CMDCA), Conselho Tutelar, Núcleo
de Tecnologia Educacional (laboratório de informática), Escola Cantinho da
Criança (Educação Infantil), Escola
Álvaro Marques (Ensino Fundamental), Associação de Pais e Amigos dos
Excepcionais (APAE) e Centro de Referência em Assistência Social (CRAS).
Em
todos os equipamentos de políticas públicas visitados a equipe conversou com os profissionais que prestam serviços nos locais, principalmente conselheiros tutelares, conselheiros de direito, assistentes sociais,
psicólogos, professores, coordenadores pedagógicos, diretores escolares,
secretários municipais, dentre outros profissionais da rede de proteção da criança
e do adolescente. Os diálogos tiveram como principal objetivo identificar as carências dos equipamentos
e serviços, principalmente no tocante à infraestrutura, recursos humanos,
quantidade e qualidade dos serviços ofertados.
Na visita à Escola Álvaro Marques, durante rápido diálogo com as crianças,
foram noticiados dois casos de trabalho infantil: um aluno de 10 e outro de 12 anos, que trabalham na
venda de peixe. No dia da inspeção os alunos não compareceram à aula, possivelmente em
razão do trabalho. Os alunos e profissionais da escola informaram que é comum o
trabalho na safra do açaí, na venda de peixe e em castanhais, junto com a
família.
De acordo com a Procuradora do Trabalho, Juliana Mafra, dentre os equipamentos de políticas públicas visitados, as maiores deficiências na parte de infraestrutura e condições de trabalho foram constatadas no Conselho Tutelar. "Verificamos que não há telefone para o atendimento à população e para a utilização dos conselheiros; não há secretário para auxiliar nos serviços administrativos; há apenas três computadores e duas mesas, para o trabalho de cinco conselheiros; há um banheiro, porém inacessível às pessoas com deficiência, além da inexistência de equipe multiprofissional". O Serviço de Informações para Infância e Adolescência (SIPIA) não foi implementado. "Os conselheiros informaram que não puderam participar da capacitação realizada em Macapá, referente ao uso do sistema, em razão da insuficiência do valor da diária oferecida pelo Município (R$120,00)", acrescentou a Procuradora. Ainda de acordo com os conselheiros nunca houve capacitação para as ações de busca, cadastro, acompanhamento e inclusão de crianças e adolescentes em programas de prevenção e erradicação do trabalho infantil (municipais, estaduais nem federais).
De acordo com a Procuradora do Trabalho, Juliana Mafra, dentre os equipamentos de políticas públicas visitados, as maiores deficiências na parte de infraestrutura e condições de trabalho foram constatadas no Conselho Tutelar. "Verificamos que não há telefone para o atendimento à população e para a utilização dos conselheiros; não há secretário para auxiliar nos serviços administrativos; há apenas três computadores e duas mesas, para o trabalho de cinco conselheiros; há um banheiro, porém inacessível às pessoas com deficiência, além da inexistência de equipe multiprofissional". O Serviço de Informações para Infância e Adolescência (SIPIA) não foi implementado. "Os conselheiros informaram que não puderam participar da capacitação realizada em Macapá, referente ao uso do sistema, em razão da insuficiência do valor da diária oferecida pelo Município (R$120,00)", acrescentou a Procuradora. Ainda de acordo com os conselheiros nunca houve capacitação para as ações de busca, cadastro, acompanhamento e inclusão de crianças e adolescentes em programas de prevenção e erradicação do trabalho infantil (municipais, estaduais nem federais).
A Dra. Núbia Guedes, Juíza do Trabalho que coordenou a diligência, avalia que a inspeção judicial foi um o conhecimento vivo dos problemas apontados no processo. "É imprescindível o conhecimento in loco não apenas como instrumento voltado para a resolução da controvérsia mas também de interação com os agentes que podem transformar aquele que é o objeto do processo judicial sob analise da Vara de Monte Dourado/Laranjal do Jari", pontou a Juíza do Trabalho. Somente assim haverá política pública efetiva. E certamente a atuação do Ministério Público do Trabalho é fundamental, imprescindível", arrematou a magistrada.
A Procuradora do MPT esclareceu após a conclusão do relatório de inspeção, o órgão ministerial requererá o prosseguimento da execução e a aplicação da multa, a ser paga pelo município, em razão do descumprimento do TAC. A multa poderá ser destinada à implementação de plano de ação
de prevenção e erradicação do trabalho infantil, elaborado pela própria
rede de proteção da criança e do adolescente local, com anuência do MPT.
Veja mais fotos da inspeção aqui.
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