A
Federação das Associações dos Municípios do Rio Grande do Sul (Famurs)
anunciou, na última quarta-feira (23/1) o compromisso de contribuir na luta
pela erradicação do trabalho infantil. A Federação apoiará o encontro regional
que antecede a 3ª Conferência Grobal sobre Trabalho Infantil. O seminário
preparatório acontece nos dias 6 e 7 de junho deste ano, em Porto Alegre, e
visa reunir as diretrizes dos Estados do Rio Grande do Sul, Santa Catarina e
Paraná para o evento principal, que será realizado no mês de outubro, em
Brasília.
A
assessora técnica da Área de Assistência Social da Famurs, Elisete Ribeiro,
declarou que a entidade tem o dever de
trazer esse problema para os gestores municipais. Durante o Seminário dos Novos
Gestores, a Famurs irá distribuir aos prefeitos, vices e secretários um
documento no qual o Fórum gaúcho se coloca à disposição das prefeituras com o
intuito de definir ações que visem à erradicação do trabalho infantil nos
municípios.
O
desafio é grande. De acordo com o Censo 2010, dos 100 municípios brasileiros
com maiores índices de trabalho infantil
do Brasil, na idade de 10 a 17 anos, 54 estão no Rio Grande dos Sul. Os 10 maiores
percentuais do Brasil foram verificados
nos Municípios de Novo Horizonte-SC (73,7%) Novo Xingu-RS (72,2%), Itapuca-RS (71,2%),
Bozano-RS (68,5%), Ubiretama-RS (66,7%),
Lagoa Bonita do Sul-RS (65,5%), Xavantina-SC, Cunhataí-SC (65,2%) Sério-RS (63,5%)
e Manari-PE (63,5%). Conforme se pode verificar, 6 entre os 10 municípios aqui
mencionados são gaúchos. Essa mesma proporção (60%) é observada quando se
analisa os 20 municípios que apresentaram maiores percentuais: 12 estão no Rio
Grande do Sul, conforme gráfico abaixo.
Ranking do trabalho infantil nos municípios brasileiros (10 a 17
anos), segundo o Censo 2010.
Em todo o
Estado foram contabilizados 217.312 crianças e adolescentes em situação de
trabalho na idade de 10 a 17 anos, o que corresponde 15,60% da população total
nessa faixa etária. Com esse percentual, o Estado ocupa o indesejável 4° lugar
no ranking nacional do trabalho infantil, atrás apenas de Santa Catarina (18,9%), Rondônia (18,2%) e Paraná (16,3%), conforme evidencia o
gráfico abaixo.
Ranking do trabalho infantil no Brasil (10 a 17 anos), segundo o
Censo 2010.
Outro dado que
chama a atenção na estatística do trabalho infantil no Rio Grande do Sul são os
altos índices de trabalho entre os adolescentes de 14 e 15 anos. Em primeiro lugar nacional aparece o Município de Nova Roma do Sul-RS, com 80% de trabalho infantil. Nesse ranking os
municípios gaúchos se revezam com os catarinenses, de modo dos 20 com maiores
índices, 18 ficaram nos referidos Estados, sendo nove em cada um deles.
Ranking do trabalho adolescente nos municípios brasileiros (16 a
17 anos), segundo o Censo 2010.
Esse índice
explica, em parte, os baixos percentuais de frequência escolar entre os
adolescentes gaúchos de 15 a 17 anos, comparados com os verificados entre as
crianças e adolescentes de 7 a 14 anos. Nessa faixa etária (7 a 14 anos) o Rio
Grande do Sul apresentou o segundo melhor índice de frequência (97,9%), porém entre
os adolescentes de 15 a 17 anos o Estado ficou no 12° lugar, com 82,72%, atrás de
Estados menos desenvolvidos como Piauí, Amapá e Maranhão, conforme evidencia a
tabela abaixo.
Índices de frequência escolar nos estados brasileiros (15 a 17
anos), segundo o Censo 2010.
Nenhum comentário:
Postar um comentário