Matéria publicada, originalmente, no site do Parlamento PB |
A procuradora Maria Edlene Lins Felizardo
ofereceu denúncia ao Ministério Público do Trabalho na Paraíba (MPT-PB) contra
o Parque Cabo Branco por conta do caso envolvendo a adolescente de 13 anos,
Vitória, que teria sido vítima de agressão física e verbal por parte do
empresário Hebert Maia na madrugada da última sexta-feira (22), em João Pessoa.
Segundo ela, que estava de plantão naquela
noite, vários desdobramentos em relação ao caso, que aconteceu por volta das 2h
da madrugada, serão investigados.
“Imediatamente preparei uma denúncia, que
está para distribuição no MPT. Todos os encaminhamentos serão dados em relação
ao parque, a família da adolescente e ao suposto agressor”, disse ao ParlamentoPB a
procuradora Maria Edlene, coordenadora regional da Coordinfância (Coordenadoria
Nacional de Combate à Exploração do Trabalho da Criança e do Adolescente).
Em relação aos desdobramentos, ela disse que
determinou a instauração de uma Notícia de Fato contra o Parque Cabo Branco,
para que adote uma série de medidas, como coibir o trabalho infantil, não
permitir o acesso de crianças e adolescentes desacompanhados de seus
responsáveis legais e fazer campanhas de combate à exploração do trabalho
infantil”.
Em relação à família de Vitória, serão
chamados os responsáveis legais da adolescente ao MP para os devidos
encaminhamentos, para que eles firmem compromisso no sentido de se absterem de
submeter seus filhos à situação de trabalho infantil. Também será observada se
a família está sendo acompanhada pelo Creas e em que programa social ela está
inserida.
Maria Edlene disse que o MPT vai atuar em
relação ao Parque Cabo Branco e a família da adolescente. Já sobre lesão
corporal, cabe ao Ministério Público Estadual.
“Sobre o trabalho infantil existem esses
dois desdobramentos, em relação ao Parque Cabo Branco e em relação a família da
criança. Um outro desdobramento é em relação a questão do suposto agressor,
porque não temos nenhuma prova ainda. O que nós temos são notícias. Por
exemplo, em uma notícia uma pessoa diz que a menina foi agredida no olho, outro
diz que a bengala bateu no braço. Temos que verificar se tudo isso aconteceu. A
menina deveria ter sido submetida a exame de corpo de delito no IML e o caso
encaminhado à Delegacia de Crimes contra a Infância”, explicou.
Ela disse que falou com o Conselho Tutelar e
foi informada de que essas providências foram tomadas, mas que está aguardando
o relatório do Conselho Tutelar para comprovar se de fato a garota passou por
exame de corpo de delito.
A procuradora disse também que já entrou em
contato com a promotora da Infância. “Acho que o MPE já está tomando as
providências, porque aí já é outra situação, vai ser a questão de se verificar
se realmente houve o crime de lesão corporal, que é o crime comum, que não está
previsto no Estatuto da Criança, mas no Código Penal. E aí as providências são
do MPE, porque nós não temos atribuição criminal. A nossa atribuição é em
relação ao trabalho infantil. Mas só a notícia chegar ao nosso conhecimento,
nós damos todos os encaminhamentos”, destacou.
Ela disse que está aguardando a denúncia ser
autuada. “Ela pode cair para três procuradores, para que as providências sejam
tomadas”, disse. A autuação, segundo a procuradora Maria Edlene, deve acontecer
nesta segunda-feira.
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