O debate sobre a exploração sexual de crianças e adolescentes no Brasil se intensificou com a proximidade da Copa do Mundo e a realização da Olimpíada em 2016. De acordo com o pesquisador Miguel Fontes, do Sesi, coordenador de estudo sobre o assunto, grandes eventos esportivos mundiais podem ampliar o número de casos em razão do aumento do fluxo de pessoas. O Ministério do Turismo prevê 600 mil turistas estrangeiros e 5 milhões de visitantes brasileiros durante a Copa do Mundo.
Nesta semana, foi lançada em Brasília a campanha “Não Desvie o Olhar” para inibir o crime e incentivar as denúncias durante os grandes eventos esportivos. A campanha será veiculada em países da Europa e África. A procuradora-geral de Justiça do Distrito Federal e Territórios, Eunice Carvalhido, avalia que a articulação do poder público abre caminhos contra a prática, que em muitos casos acontece com a conivência das famílias. “É preciso habilidade dos agentes de saúde e da assistência social para dar um bom encaminhamento às vítimas”, declara.
A Secretaria de Direitos Humanos, ligada à Presidência da República, estimula a denúncia por meio do Conselho Tutelar ou pelo Disque 100. Foi a partir de uma denúncia anônima que a Polícia Militar de Buritama investigou o prostíbulo e descobriu a exploração da adolescente.
Neste ano, em um escândalo de repercussão internacional, o prefeito de Coari (AM), Adail Pinheiro, foi preso acusado de abusar sexualmente de meninas e comandar uma rede de prostituição infantil. A Corregedoria Nacional de Justiça investiga se o prefeito foi beneficiado por juízes da comarca, suspeitos de retardar o julgamento de processos.
De acordo com a Constituição, a proteção de crianças e adolescentes é prioridade absoluta, compartilhada entre família, Estado e sociedade.
Fonte: Jornal Dia Dia
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