Ludielly de Oliveira Antunes*
Em uma cidadezinha no
interior do Ceará, morava uma família muito pobre que era composta por apenas
por três membros. Lara de apenas oito anos de idade, sua mãe e seu padrasto.
A vida de Lara não era
nada fácil pois todos os dias seu padrasto a acordava as cinco horas da manhã
e sua mãe lhe obrigava a realizar todas as tarefas da casa tais como: lavar as
roupas, arrumar a casa, e ainda, tinha que fazer a comida. Enquanto isso, sua
mãe ficava deitada vendo tv. E o pior de tudo, seu padrasto não a deixava
frequentar a escola, tirando um direito que todas as crianças têm, que é o da
educação. Mas ela continuava sonhando que um dia poderia estudar como as outras
crianças de sua idade.
Certo dia, o Conselho
Tutelar foi acionado por um parente de Lara, que explicou que ela não
frequentava a escola e era vítima de trabalho infantil escravo. Logo após a
denúncia, os conselheiros iniciaram seu trabalho para realizar o sonho da
pequena Lara. O padrasto da garota foi obrigado a deixá-la estudar, porém a
violência e o trabalho infantil escravo, não pararam por aí.
Lara continuava a acordar
cedo, seu padrasto passou a acordá-la mais cedo para fazer as atividades
domésticas, e às sete horas, ir pra escola. A garota, todos os dias na escola,
pedia a professora para sair mais cedo, para isso, inventava a cada dia uma
história diferente para a professora. Mas, na realidade, era para chegar cedo e
ir direto fazer o almoço, lavar as roupas sujas de sua família.
Num belo dia, ao chegar
na escola, a professora percebeu que Lara estava com muitas manchas roxas por
todo o corpo. Então, ao sair da escola, resolveu ir até a casa de Lara, sem que
a família soubesse. Ao chegar lá, a professora viu a situação em que a garota
vivia. Gravou um vídeo e acionou o Conselho Tutelar que chegou ao local e tomou
as medidas cabíveis para sanar a situação de exploração infantil, em que a
criança se encontrava.
Então, o Conselho
recorreu da guarda de Lara para que ela ficasse com sua avó materna e
conseguiu. A partir de então, sua vó cuidou da menina muito bem, com amor,
carinho e lhe devolveu o direito de realizar seu sonho de estudar e viver feliz
como tem que ser toda criança.
Ludielly, 10 anos, é aluna do 5º ano da Escola Maria do Carmo da Conceição, Jucás – CE. Com esse texto, obteve o 3º lugar no Prêmio Peteca 2021, na Categoria Conto - Grupo 1 (referente aos alunos do 4º e 5º anos).
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