Matéria publicada por Claudia
“Quando
eu tinha 5 anos, minha mãe se casou com um homem 12 anos mais velho do que ela.
Ele era pastor. Quatro anos depois, ela já tinha quatro filhos dele. Eu não
morava com eles, morava com a minha avó, mas numa casa próxima. Minha vó era
cega e eu era a guia dela. Toda noite, eu e a minha avó íamos até a casa da
minha mãe olhar os filhos dela enquanto ela e meu padrasto iam para a igreja.
Quando
eles chegavam da igreja, ele caminhava comigo e com a minha avó até a nossa
casa. No caminho, eu ia guiando a minha avó e ele colocava minhas mãos sobre o
pênis dele. Algum tempo depois, eles venderam a casa deles e foram morar com a
gente. Nessa época, um dos meus irmãos teve sarampo e pneumonia e precisou
ficar internado. Minha mãe dormia no hospital com ele. Toda noite, meu padrasto
abusava de mim. Ele entrava bem devagar no quarto da minha avó, que não tinha
porta, e me tocava. Mas minha avó percebeu e passou a me proteger. Ela me
deixava no canto da cama e arrastava o guarda-roupas até o vão da porta. Quando
ele conseguia entrar, ela batia nele com a bengala.
Certa
vez, quando minha mãe estava parindo mais um bebê, eu fiquei olhando as outras
crianças. Ele subiu em cima de mim e colocou o pênis nas minhas coxas. Até hoje
sinto muita angústia e não confio nas pessoas, especialmente para cuidar ou
ficar perto de crianças.
Saiba mais. Para fortalecer a luta pela prevenção e enfrentamento à violência sexual contra criança e adolescente, o Projeto Peteca Literário lançou, no dia 13.07.2020, a cartilha "Bem me quer, mal me quer?", da jovem escritora e mediadora do projeto, Anna Luiza Calixto.
Que tristeza está história a fragilidade da menina e sua inocência sendo roubada.
ResponderExcluir